domingo, 26 de dezembro de 2010

Em platina

Emoção.

Uma  palavra gravada em élfico no interior de seu delicado anel. Que mistérios poderia guardar essa pequena peça de joalheria forjada em alvíssima platina?
Quem guarda os mistérios não é a jóia, mas aquele que a possui.

Que se escondia por traz daquele rosto desgastado, empoeirado e austero? Que se pôde enxergar na profundidade negra de seu olhar inerte? Nenhuma lágrima se derramou, nenhum sorriso jamais se esboçou.

O mistério morreu consigo.

O anel, no entanto, viajará por outras terras, pertencerá a outras mãos, até que se torne, outra vez, apenas metal. A emoção irá, por fim, se esvair. Deitará em outra forma e nada mais existirá de emoção.

Dissipa-se por completo.